todos os dias vou e volto no onibus da escola,com minha maquina registrando coisas que vejo pelo caminho. esta paisagem nao era assim azul, mas quando fui edita-la vi que deste jeito daria um desenho lindo e que este lugar poderia ser em outro planeta.

ainda me lembro quando vi pela primeira vez os trabalhos de andrew wyeth. o desenho, as cores e a luz que atravessa suas pinturas falam direto a minha alma. ele nunca conseguiu um reconhecimento real de seu trabalho mas todos  nós sabemos que a crítica da arte em si é apenas um amontoado de bobagens.

se eu fosse adepta da prolixidade usaria agora estas palavras como pretexto para escrever um hiper texto....vou deixar como está. elas sao suficientes em seu significado.

"PORQUE, VOCE SABE, A GENTE NAO CONSEGUE FICAR CONVERSANDO MUITO TEMPO, SEM NO FIM FALAR DO QUE A GENTE JA FEZ, OU DO QUE A GENTE JA FOI."

quando se trata de querer coisas, sou uma pessoa sem imaginaçao. porque nao consigo me imaginar possuindo nada. tive  um marido que hoje ja nao é mais, mas é meu melhor amigo, pessoa com quem posso contar a qualquer hora. tenho uma filha e  ela é uma luz na minha vida. esse garotinho que espreita entre as grades é meu neto. vendo-o continuo nao conseguindo desejar nada, porque ja tenho tudo.

objetos de cozinha sao poemas construídos pelo uso. o desgaste da colher de pau, ou do batedor de feijao falam de fogoes, cheiros e gostos. lembram dias perdidos no tempo, quando me mae fazia pamonhas ou cuscuz, matava galinhas e eu ajudava a limpa-las por dentro, vendo os miudos e os ovos, a cor do amarelo e o vermelho do sangue...depois era a panela de pedra, o quiabo, cheiro de coentro, salsinha...mística pura.